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Mapa do corpo nas aulas de geografia: o que é isso?


Esse post é uma continuação da aula publicada em 18/02. Falaremos um pouco sobre a atividade "mapa do corpo" e de sua importância para que a criança compreenda a ideia de representação de algo tridimensional, que é o próprio corpo, para algo bidimensional, que é o contorno desse corpo em tamanho real em uma folha de papel craft. Nessa atividade o aluno faz o exercício de visão vertical, que é própria dos mapas. Além disso, ele poderá fazer a localização dos lados direito, esquerdo e também das partes do corpo, o que contribui no desenvolvimento da consciência corporal e no processo de descentralização, ou seja, quando a criança consegue perceber o lado direito e o esquerdo tendo como referencial um outro corpo ou um objeto. É processo gradual em que são necessárias várias atividades ao longo da escolarização para que isso possa ser internalizado. Não é raro encontrarmos adultos com dificuldades em identificar a direita e a esquerda, por isso esse trabalho deve ser feito ao longo da escolarização.

A atividade descrita abaixo foi realizada no primeiro ano do Ensino Fundamental.

Uma prosa sobre a aula

As crianças foram organizadas em seus grupos rotineiros para a realização da atividade de “mapeamento do corpo”. O líder de cada grupo escolheu um aluno, que foi o “modelo” para fazer o mapeamento (contorno do corpo) no papel craft. Em seguida, todos os integrantes do grupo finalizaram desenhando a parte do corpo daquela criança (olho, boca, cabelo, orelha e etc). Vale relembrar que essas crianças são acostumadas a trabalhar em grupos áulicos, conforme explicado no post do dia 18/02.

As crianças participaram ativamente e além de fazer o contorno do corpo capricharam nas vestimentas, algumas fizeram um "fundo" no desenho colcando grama e outros detalhes.

Feito isso, as crianças identificaram a mão e o pé direito e o esquerdo, escrevendo ao lado do desenho. A próxima atividade foi a de observar a direita e esquerda do boneco quando ele estava na mesma posição da criança para ver se a direita do boneco coincidia com a direita da criança. O boneco permaneceu no chão com a criança com os pés próximos a cabeça do boneco. Pediu-se para a criança levantasse a mão para ver se a sua mão direita está "igual" a do boneco.

Na sequência, foi pedido para as crianças se posicionarem em pé próximas aos pés do boneco, isto é, inverter a posição para começar a trabalhar com a lateralidade espelhada. Nesse momento pediu-se para a criança levantar a sua mão direita ou esquerda e observar qual é a mão direita e esquerda do boneco, que estava espelhada ou contrária. Nesse momento, o professor pode lançar questionamentos: o que aconteceu para isso mudar? Por quê está ao contrário? etc...

Em seguida, foi proposto mais uma atividade com o próprio boneco, ainda com as crianças em grupos e em pé, foram passados alguns comandos, como: pulem no ombro direito do boneco; pulem no joelho esquerdo; pulem com o pé esquerdo na orelha direita do boneco e etc. Esses comandos foram feitos primeiramente com as crianças posicionadas próxima a cabeça do boneco e também posicionadas nos pés do boneco, trabalhando assim a lateralidade espelhada.

É bastante comum as crianças errarem, mas cabe ao professor questioná-las fazendo-as perceberem o lado correto. Não é aconselhável fazer marcas ou colocar fitinhas no corpo da criança para que ela possa identificar os lados direito e esquerdo. Esse apoio, a princípio ajuda a criança, porém a torna dependente de algo externo para que possa identificar os lados do corpo. Isso em nada ajuda a criança a internalizar esse conhecimento e ser capaz de fazer a identificação a partir do seu próprio corpo. Quantos adultos são dependentes de coisas externas para fazer tal identificação como anel, relógio etc.

É muito comum as crianças errarem bastante e se confundirem, porém se houver um trabalho sistematizado e contínuo esse conhecimento ou domínio vai sendo internalizado.

Depois das atividades realizadas os trabalhos foram expostos no mural da escola.

Fonte: acervo próprio das autoras

Existem outras variações para essa atividade: fazer o mapa do corpo individual, no lugar de usar o papel craft fazer o contorno do corpo na quadra da escola com o giz, etc.

Essa aula foi realizada pelas professoras: Nara Fernanda, Rúbia Medeiros e Denise Caobianco.

Esticando a conversa

Para quem quiser mais ideias, segue a indicação de um livro com muitas atividades.

ALMEIDA, Rosângela Doin de. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. São Paulo: Contexto, 2006.

Crédito das imagens: acervo próprio das autoras.

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