Hoje iremos apresentar uma sequência didática que envolve conteúdos de Arte, mas que também dialoga com a Matemática, a História e a Geografia. Parte dessa aula aconteceu no Museu de Arte e foi idealizada e ministrada pelo professor e artista plástico Paulo Sergio Tio.
Toda a atividade extraclasse envolve uma organização, ou seja, é preciso pensar sobre o antes, o durante e o depois da visita. Para essa ida ao museu, foi necessário um planejamento prévio que envolveu a definição da locomoção dos alunos, a organização de pessoas para acompanhar as crianças e a autorização dos pais ou responsáveis.
Ao se idealizar uma visita em outros espaços é importante que o professor sensibilize os alunos para a temática que será trabalhada e/ou estimule a curiosidade das crianças. E, após a atividade, é significativo também fazer um “fechamento” sobre o tema, estabelecendo relações com os conteúdos trabalhados na escola.
Uma prosa sobre a aula...
Embora essa oficina tenha acontecido no Museu de Arte, a aula começou um pouco antes. O trajeto escola/museu foi realizado a pé, aproximadamente 8 quadras, em pleno centro da cidade. O percurso pode ser muito rico em aprendizagens a respeito do espaço em que vivemos. Nele é possível observar a paisagem humanizada, ou seja, transformada pela ação do homem; os tipos de construções e suas finalidades; os fluxos de pessoas e de veículos; a acessibilidade, a arborização; os problemas e as potencialidades; o passado e o presente e muitas outras coisas podem ser percebidas e problematizadas. Durante a caminhada é possível ir dialogando com as crianças para que elas percebam as particularidades do espaço.
Ao chegar no destino, os alunos visitaram a exposição de uma artista da região e também foi apresentada um pouco da história da cidade e também do museu.
Vale ressaltar que o local onde hoje é o Museu de Arte de Londrina, foi idealizado pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas e construído no início da década de 1950, momento em que Londrina vivia uma grande prosperidade econômica. É considerado como o primeiro prédio de arquitetura moderna do Paraná e durante muito tempo funcionou como terminal rodoviário, somente em 1988 foi desativado, passou por uma reforma e tornou-se museu.
"A linguagem expressiva da arte tem a força de interrogar padrões, valores, concepções e gostos; ela exige a reflexão. Diante dela nos deparamos, por exemplo, com vários conceitos de belo e feio, e por eles podemos pensar nos valores que contornam nossas vidas e imprimem identidades e pertencimentos" (JOHANN, 2015, p. 07).
Após a visita aos espaços do Museu de Arte, as crianças foram direcionadas para uma sala e, a partir da mediação realizada pelo professor e artista Paulo Tio, iniciaram a construção da maquete da antiga rodoviária. As crianças puderam construí-la a partir da observação in loco do espaço.
Para essa atividade foram utilizados materiais recicláveis, como: rolos de papéis higiênicos, caixinhas de remédios, papéis sulfites coloridos, papelão entre outros.
Com esses materiais, as crianças puderam relembrar as aulas sobre figuras e formas geométricas e de reciclagem, que já haviam sido ministradas.
Embora tenha sido uma oficina de arte é possível trabalhar interdisciplinarmente com os conteúdos da história, da geografia e da matemática.
Essa atividade foi realizada com o 3º ano do ensino fundamental e contou com a mediação das professoras: Mariany Vieira da Silva Pinto, Mariana Alcântara Parra, Gislayne Cardoso e Angela Ortega da Silva. .
Crédito das imagens: acervo próprio das autoras
Esticando a conversa ...
Segue a dica do livro Descobrindo Grandes Artistas que é direcionado para práticas com crianças. Com criatividade é possível aproveitar as ideias contidas no livro e fazer projetos interdisciplinares envolvendo geografia, arte e outras áreas do conhecimento.
KOHL, MaryAnn F.; SOLGA, Kim. Descobrindo grandes artistas: prática da arte para crianças. Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001.
REFERÊNCIAS
JOHANN, Maria Regina. Arte e educação: perspectivas ético-estéticas. In: REUNIÃO NACIONAL DA ANPEd, 37., 2015, Florianópolis. Anais... Florianópolis: Anped, 2015. p. 1-16.