Dando seguimento aos conteúdos da aula publicada no post anterior (Lixo extraordinário), as professoras do 3o. ano iniciaram a aula com a contação da história Reciclagem: a aventura de uma garrafa. Após uma roda de conversa foi perguntando como era descartado o lixo na escola e se havia lixeiras de coleta seletiva. Vale destacar que os alunos já haviam estudado sobre a separação seletiva: importância, as cores e os materiais correspondentes a cada lixeira.
Uma prosa sobre a aula ...
Após o diálogo inicial sobre o conteúdo da história e o descarte de lixo na escola, os alunos foram orientados a dar uma volta pela parte térrea do espaço escolar e observar atentamente onde ficavam as lixeiras, também tinham que verificar se os locais estavam limpos ou se havia muita sujeira espalhada pelo chão. Foi interessante observar como eles se envolveram na atividade e foram bem detalhistas entrando e observando todos os espaços: pátio, salas de aula, cozinha, biblioteca, banheiros, direção, secretaria etc. Fizeram uma grande exploração no espaço escolar, mediada pela professora, que os conduziu para os vários lugares e, fazendo-os perceber determinadas localidades pouco exploradas pelas crianças.
Ao retornarem a sala de aula tiveram um outro desafio. As professoras entregaram para eles a planta da parte térrea da escola para que pudessem identificar os espaços visitados e inserir na planta onde estavam localizadas as lixeiras. A planta estava com a maioria dos espaços sem identificação, apenas alguns ambientes estavam nomeados, pois era a primeira vez em que os alunos tinham contato com a planta baixa. Cada um recebeu uma planta e foram colocados diante da situação-problema de posicioná-la corretamente. A maioria teve dificuldade, as professoras foram lançando vários questionamentos que os ajudou nessa tarefa. Exemplo: "A nossa sala de aula fica ao lado que qual rua? Essa rua aparece na planta? E outras questões foram feitas para ajudar na orientação espacial.
Depois de todos terem conseguindo posicionar a planta corretamente, tiveram que nomear cada espaço e inserir as lixeiras comuns e a de coleta seletiva. Novas dificuldades apareceram, parte das crianças encontraram um novo obstáculo que era fazer essa abstração, ou seja, relembrar os espaços visitados e os identificar em uma outra perspectiva, numa representação cartográfica. Nesse momento, foram feitas várias mediações levando os alunos a pensarem sobre a relação entre o espaço vivenciado (tridimensional) e o espaço representado (bidimensional). Em nenhum momento foi dada a resposta e sim foram feitos vários questionamentos para que o aluno chegasse a resposta. Exemplo: "Vamos relembrar o que tem na parte térrea da escola. O que fica ao lado do refeitório? O que está a frente da secretaria? entre outras questões.
A aluna que completou essa planta foi detalhista e observadora, pois representou todas as lixeiras que ela percebeu no espaço térreo da escola, inclusive, as que estavam no banheiro coletivo. Além disso, destacou as lixeiras com cor amarela e pintou as lixeiras de coleta seletiva.
Após essa etapa, foi solicitado que os alunos que desejassem poderiam inserir elementos que gostariam que tivessem na escola. Isto é, fazer uma intervenção na planta desenhando e alterando ambiente escolar.
A escola quase não tem espaços verdes, essa aluna incluiu em sua planta uma árvore na quadra poliesportiva.
Esse aluno gostaria que tivesse presente na escola um campo de futebol e uma piscina. O campo de futebol e a piscina foram elementos que apareceram em vários trabalhos. Também foi registrado: sala de ballet, mais espaços verdes e parque.
A planta da escola ficou pronta com os espaços, as lixeiras e os desejos devidamente representados. Então, foram lançados outros questionamentos: Se eu mostrasse essa planta que vocês realizaram, as pessoas saberiam qual é a escola que está representada? O que eu posso inserir na planta para que as pessoas identifiquem a escola? As crianças responderam que faltava colocar um "nome". Nesse momento, foi explicado que todo "mapa" ou planta precisa de um título para que as pessoas saibam do que se trata e também é preciso identificar quem foi o autor da planta ou do mapa (fonte) . Os elementos essenciais dos "mapas" precisam ser gradualmente ensinados. Optou-se, nessa aula, introduzir apenas a necessidade do título e da fonte, para posteriormente serem trabalhados os outros elementos (legenda, orientação etc).
Mesmo as professoras terem explicado que se tratava da planta baixa da escola, parte dos alunos ao escolherem o título optaram por colocar "mapa" da escola. E, em alguns casos, escolheram temas criativos e afetuosos como o exemplo ao lado: "A planta mais bonita do mundo"
Ou
"Planta dos estudos e da diversão "
Professoras: Lorena Maciel e Patrícia Caldas
Esticando a conversa ...
É importante trabalhar com o espaço vivenciado da criança, entretanto, você pode encontrar dificuldade em encontrar a planta da escola em arquivo. Esse foi o nosso caso !!! A única planta que tinha na escola foi fornecida pelo Corpo de Bombeiros e estava toda preenchida com os nomes dos espaços e os locais onde os extintores estavam distribuídos. A única saída foi fazer um trabalho manual, conforme mostraremos a seguir:
1- Pegamos a planta fornecida pelo Corpo de Bombeiros e tiramos um xerox em tamanho A3
2 - Com o corretivo líquido (ex.: Errorex) ou tinta guache branca é possível cobrir os espaços preenchidos. Usamos a tinta guache e tivemos que passar duas mãos de tinta. Tiramos uma nova cópia.
3 - Foi preciso dar uns retoques com um corretivo líquido ou em fita, para que a planta ficasse com um aspecto melhor. E também reforçamos os limites com canetinha.
4- Optamos por colocar a identificação de alguns espaços para ajudar as crianças a posicionar a planta de forma correta e a nomear os lugares.